agosto 31, 2005

Desenvolvimento

Chega de pessimismo! Portugal é um país com soluções, com recursos e capacidade para dar a volta!
É certo que as fraquezas podem ser muitas e os problemas estruturais ainda mais... Pode-se até afirmar que, a nível económico, o nosso país se encontra num período de retrocesso... Eu diria que este pode apenas ser um período de adaptação e reorganização produtiva: Trocam-se investimentos sem futuro (nalguns casos sem presente), por investimentos que podem significar perspectivas "mais risonhas".
O que dita a qualidade (ou possibilidade) desta adaptação produtiva somos todos nós: "o povo". Por isso digo que, mais importante que uma recessãozeca de 4 ou 5 anos, o que é realmente importante é que o país consiga manter o seu nível de desenvolvimento cultural...
A este nível existem sinais contraditórios, vejamos:
SINAL +
Sempre que passo da linha azul para a linha verde costumo sair nos restauradores. Aí é possível identificar sinais muito positivos...
Passámos dos agarrados que tentavam "sacar" (sem eufemismos: tirar à força e repentinamente; tirar com violência; extrair; arrancar) a moedinha ao turista, para uma autêntica indústria de entretenimento turístico:
  • Evidenciando a riqueza e diversidade que a imigração tem trazido à nossa sociedade, gostaria de destacar os romenos que tocam violino e acordeão, o brasileiro a solo com a sua viola (apesar de cantar mesmo muito mal) e os índios que têm uma estrutura comercial de fazer inveja a muitas empresas portuguesas...
  • Encontramos também o tradicional fadista tuga, mas, agora, há que ser produtivo e alcançar o máximo de público e utilizar pouco a voz, por isso, anda sempre com o amplificador...
  • Depois há uns gajos que ainda não percebi muito bem o que me dizem, mas chamam-me o Xamã (deve ser por causa da barba). São uns gajos porreiros porque estão sempre a oferecer óculos e máquinas fotográficas dentro de saquinhos do minipreço... Epá eu não compro! Aquilo até parece ser bom mas recuso-me a comprar aquilo! Não é que os tipos, de vez em quando, andam com uns cagalhõeszecos nas mãos... Os turistas, especialmente os ingleses, devem pensar que aquilo é algum produto tradicional porque eles compram muito esses cagalhões. Também são ingleses... Adiante!
  • A última novidade é fantástica! Ao princípio era só um preto com um pau na mão... Mas, em pouco mais de uma semana, o pau transformou-se numa guitarra (de pau), já tem um microfone (de pau claro!) e começa a apresentar gestos e movimentos no palco que evidenciam muito treino... Sério! Estou impressionado e muito curioso em saber o que pode sair dali... A acompanhar!

Resta-me dizer que, quando volto a entrar no metro, encontro várias vezes outro exemplo de grande evolução: Quando vim para lisboa (já lá vão 7 anos), o primeiro cego que encontrei dizia num tom, quase intimidatório: Olhem qu'eu agradeço a quem me auxiliar... Hoje em dia, o mesmo cego, bate o ritmo na bengala ou em qualquer metal na carruagem, assobia como nunca vi e canta em ritmo hip-hop a mesma frase de sempre... É, não tenho dúvidas, o cego que mais moedas leva.

Talvez não tivesse outra hipótese... mas teve visão e coragem para ir mudando...

SINAL -

Um dos objectivos do Programa Ligar Portugal é:

"promover uma cidadania moderna, informada, consciente e actuante, para a qual o uso das TIC é um instrumento normal de acesso à informação, à educação, ao trabalho cooperativo, e à discussão pública";

apresentando como metas para 2010:

  • Duplicar os utilizadores regulares da Internet, que deverão ultrapassar 60% da população portuguesa, até 2010 (eram 25% em Portugal e 41% na UE15, em 2004); e
  • Triplicar o número de agregados familiares com acesso à Internet em banda larga para mais de 50% até 2010 (17% no final de 2004);

Tenho reparado nas palavras com mais buscas efectudas no sapo:

  1. Nuas;
  2. Mulheres;
  3. Grátis;
  4. Matadinho (quem não souber porquê faça uma busca);
  5. Fotos...

Na lista habitual também aparece: Portugal, Lisboa, mapas.

Sem tirar importância aos objectivos do Plano, este é mais um exemplo de que as pessoas é que fazem (vão fazer) o país...